sexta-feira, 10 de junho de 2011

Morte de Osama Bin Laden

Para ver a notícia, acesse: http://glo.bo/kWGjK0


Osama Bin Laden certamente causou muito sofrimento a milhares de norte-americanos, e sua morte caiu na boca do mundo todo. Segundos após o acontecido, graças à tecnologia, já começavam a circular comentários pelo mundo todo, sentimentos de felicidade, alívio, e justiça passavam pela cabeça de grande parte do Brasil. Mas por que no Brasil?


Grande parte dos brasileiros que se sentiram aliviados por sua morte não corria perigo algum, e grande parte dos brasileiros que sentiam que justiça tinha sido feita não foi prejudicada de uma forma real por esse homem, mas por que então tanta comoção?


Alteridade é a resposta, nos vemos na pele dos 3.000 norte-americanos que morreram nos ataques às torres gêmeas, e nos vemos na pele dos familiares desses norte-americanos, que sofreram tanto com sua perda. Quando em 2001 passou o ataque na televisão todos ficamos muito chocados, algo que para muitos não tinha precedentes estava acontecendo, e a prova de que isso nos afetou tanto é que podemos nos lembrar com facilidade daquele dia fatídico.


A questão que levanto nesse post é que muitos comemoraram tal morte, muitas pessoas que simplesmente nunca correram perigo algum nas mãos desse homem comemoravam o dia em que ele, seu filho, dois mensageiros e uma mulher morreram em uma invasão a sua casa. É claro que como em todos os casos, há exceções, muitas pessoas se recusaram a comemorar a morte de um ser humano, e quero deixar claro que não defendo aqui nenhum dos lados como sendo certo. Eu pessoalmente no dia não comemorei a sua morte, mas também não lamentei, eu acredito que uma pessoa no momento em que tira a vida de tantas pessoas, abdica ao seu direito de ser humano, mas acredito também que não é o caso de comemorar, eu preferia não ter que comemorar isso.


Entretanto, para nos gerar alteridade não é necessário um acontecimento de tal magnitude. Quando vemos que um criminoso foi morto durante um assalto, alguns de nós ficamos felizes, outros indignados, e isso é nosso processo de alteridade.


Gostaria que os leitores comentassem sobre alguma situação que recordam em que isso aconteceu, e qual foi sua posição. Ou também que comentem sobre a morte de Bin Laden, como se sentiram e no que pensaram.


Por fim, quero lembrar que não existe alteridade certa ou errada, no momento em que somos tocados por algo e isso muda alguma coisa na gente, a opinião que criamos é nossa e deve ser respeitada, assim como devemos respeitar a dos outros.

5 comentários:

  1. Acho que é uma situação parecida com o Tropa de Elite, que era para ser uma crítica à polícia violenta (entre outras coisas), mas as pessoas acabaram achando ótimo o radicalismo contra o crime. Tanto é que os moradores das favelas cariocas passaram a apoiar as ações policiais no morro, o que antes não costumava acontecer.

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  2. concordo plenamente, menos em alguns aspectos

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  3. Acho que diariamente nós passamos por situações que exemplificam a alteridade.

    A todo momento acontece algo que ficamos sabendo, escutamos a notícia disso, assistimos na televisão aquilo, lemos em jornais ou em sites da internet sobre tal coisa e por aí vai... Recebemos uma série de informações o tempo inteiro, criticamos algumas, concordamos com outras, nos inquietamos com tantas e simplesmente somos indiferentes com outras várias... Normal, é a alteridade dando as caras.

    As consequências da alteridade variam de pessoa pra pessoa, de acordo com os valores, de acordo com a história, de acordo com a realidade... Mas é sempre válido parar, em qualquer que seja a situação, independente do grau do que está acontecendo/aconteceu, e pensar no que aquilo significa de fato. Pra ti, principalmente. Por que incomodou, por que te deixou feliz. E conforme as respostas surgem, o autoconhecimento surge também. Muitas vezes nos damos conta de algo e 'OPA! Peraí, não é bem assim' resignificamos algo. E assim vamos nos conhecendo, e assim vamos evoluindo... Com os empurrões da alteridade! :)

    Sempre lembrando que o que a gente faz aqui, reflete lá. E o que fazem lá, reflete aqui. Por isso a necessidade de manifestar a inquietude, tentar mudar discursos, tentar criar micropolíticas... Se não ficamos todos estacionados vendo o mundo acontecer, sem atribuir sentido as coisas. Sem evoluirmos - nós mesmos e o mundo que a gente vive.

    Né? Eu acho que é. :)


    Sobre a morte do Bin Laden... Eu, particularmente, achei lamentável. Independente do que ele fez ou deixou de fazer, a família dele perdeu alguém da mesma forma que tantas outras perderam alguém nos atentados dele. E não é bacana ver gente comemorando a perda de alguém próximo, ou é? Acho que tem muita coisa por trás disso, é uma história que nunca me desceu redonda e nem vai descer. E eu acho o cúmulo o Brasil fechar os olhos pro que acontece aqui, mas abrir os olhos (e bem abertos) pra morte de um cara que sequer pisou no nosso país. La-men-tá-vel. Podem argumentar que é caso histórico e isso e aquilo, mas eu acho que tem coisas mais relevantes pra se olhar AQUI, DO LADINHO DOS BRASILEIROS, e eles olham lá pros Americanos e seus conflitos perturbadores e infinitos.

    Ai ai ai...

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  4. Obrigado pelo comentário Luiza! Com certeza ele acrescentou muito ao nosso blog! Concordo contigo em praticamente tudo que disseste, os brasileiros precisam parar de ficar comemorando mortes de pessoas que nem nos tocam e começar a ter uma consciência sobre o que se passa no nosso próprio país! Novamente, obrigado pelo comentário e continue lendo e participando!

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  5. Independente de eu concordar ou não com a morte do Bin Laden, não parei pra pensar nos pontos positivos e negativos disso, acredito que o eu de todos os seres humanos muda constantemente assim passamos por alteridade praticamente todos os dias.
    Parabéns pelo blog.

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